O que é micose?
A micose, também chamadas de dermatomicoses, é uma doença causada por fungos costumam atacar a pele, unhas, couro cabeludo, virilha e região genital, levando ao aparecimento de diversos sintomas de acordo com o local de infecção.
Quem causa?
Micose é causada por fungos que se alimentam da queratina presente em nossa pele, unhas e cabelos. “Quando encontram condições favoráveis, como calor, umidade e baixa de imunidade, estes fungos podem se proliferar, gerando as micoses”, esclareceu a dermatologista Christiane Gonzaga. Entre as sintomas gerais da doença, podemos destacar o surgimento de manchas brancas ou vermelhas que causam coceira, com bordas evidentes e, às vezes, formam uma “crosta” no local, porém dependendo do tipo de micose que a pessoa possui. O surgimento desses fungos são mais comuns em áreas de dobras, como axilas, virilhas, entre os dedos das mãos e pés, mas podem se formar em qualquer outra área do corpo. “Quando acometem áreas entre os dedos, por exemplo, acabam causando dor ou fissuras”, atentou.
Como é transmitida?
O modo de transmissão das micoses também é bastante variado. As dermatofitoses são transmitidas por meio do contato direto da pele com áreas contaminadas. É importante evitar o contato com animais infectados, andar calçado em locais de uso comum, como chuveiros, piscinas, saunas, terra e areia da praia. Compartilhar roupas, calçados, toalhas, lixas e alicates de unhas não esterilizados também são atitudes que devem ser evitadas, já que apresentam riscos de transmissão de uma pessoa para a outra.
Tipos de micose?
Micose na pele (Pitiríase Versicolor ou Pano Branco)
O que é? É uma micose superficial da pele causada por fungos do gênero Malassezia, que são leveduras que habitam o folículo piloso sem causar doença. Quando existem condições favoráveis para o crescimento do fungo, ele consegue invadir a pele e causar as lesões características. Os fatores externos que facilitam a infecção são o calor e a umidade. Existem também fatores do hospedeiro que a favorecem: a desnutrição, a sudorese excessiva e o uso de anticoncepcionais, de corticoides e/ou de imunossupressores. Está presente no mundo todo e atinge todas as faixas etárias, sendo mais frequente em adolescentes e adultos jovens, pois estes têm maior atividade da glândula sebácea.
Sintomas? Manifesta-se por manchas redondas ou ovais, recobertas por escamas finas, no tronco e braços. Estas manchas podem variar do branco indo até o vermelho e o castanho, por isto é chamada de versicolor. As lesões normalmente não causam problemas, ocasionalmente a pessoa pode sentir coceira.O diagnóstico muitas vezes é feito por meio do exame de pele realizado por um dermatologista experiente. Em casos duvidosos, pode-se utilizar uma lâmpada conhecida como Wood, pois as lesões fluorescem de forma característica. A pesquisa de fungos e cultura feita por meio de raspagem superficial da pele também pode ser solicitada. Em casos mais difíceis, o dermatologista poderá indicar biópsia da pele.
Tratamento? O tratamento pode ser feito com medicações aplicadas diretamente na pele ou ingeridas por via oral. Elas eliminam a descamação em poucos dias, porém devem ser mantidas por várias semanas, isso quando se opta pelo tratamento tópico. As alterações da pigmentação tendem a se resolver mais lentamente do que a descamação. Quando ficam manchas claras, mesmo após o tratamento, a exposição moderada ao sol será útil para acelerar a recuperação da cor natural da pele.
Prevenção? A prevenção da pitiriase versicolor é feita por meio da utilização de roupas leves, arejadas e, preferencialmente, de tecidos não sintéticos. Após o tratamento, é necessário deixar planejado o uso de medicamentos para evitar que a micose retorne. A manutenção pode ser feita com medicamentos tópicos ou sistêmicos.
Micose no pé (Frieira ou Pé de Atleta)
Mais comumente chamada de “frieira” ou “pé de atleta” pode ser encontrada na planta dos pés, dorso do pé e entre os dedos, provocando bolhas de água, coceira, descamação e rachaduras na pele e provocar um mau cheiro. O pé de atleta é causado por diferentes fungos do gênero Tricophyton, o mesmo tipo que causa a micose. Meias e sapatos úmidos favorecem o crescimento desses organismos nos pés.
Sintomas? Coceira no pé; surgimento de bolhas preenchidas de líquido; descamação da região afetada; alteração da cor da região afetada, que pode ficar esbranquiçada.
Tratamento? No geral é tratada por meio de antifúngicos tópicos de venda livre. Há muitas opções, como o miconazol, a terbinafina, o isoconazol e o cetoconazol. Esse tratamento dura cerca de um mês, com aplicação diária.Existem produtos que são facilmente encontrados nas drogarias, como os esmaltes antifúngicos e as loções. Quando não há melhora, é possível que o médico dermatologista prescreva o tratamento sistêmico, realizado com antifúngicos orais. Um bom remédio caseiro para curar a micose é lavar os pés com uma mistura de água com vinagre de maçã. Depois, recomenda-se aplicar uma cataplasma de nabo, que ajuda a eliminar os fungos por conta de suas substâncias. Outra opção é aplicar alho amassado na região afetada que tem ação antibiótica, bastante utilizada no tratamento de doenças de pele.
Prevenção? Evite andar descalço em locais públicos; use sapatos dentro de locais públicos; seque bem entre os dedos dos pés antes de calçar os sapatos ou após molhar os pés; deixe os pés em contato com o ar por um bom tempo; troque as meias ao molhar os calçados ou depois dos exercícios; não compartilhe meias e sapatos; use talco para os pés para mantê-los secos.
Micose na unha (ONICOMICOSE)
É uma infecção causada por fungos que se alimentam da queratina, proteína que forma a maior parte das unhas.
Sintomas? Variações na espessura ou textura da unha, deixando-a frágil e quebradiça; descolamento da unha; mudança de cor da unha para amarelada, cinzenta ou esbranquiçada; dor na unha afetada; região ao redor do dedo inflamada, avermelhada, inchada e dolorida.
Tratamento? Os tratamentos podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Em caso de acometimentos superiores a 30% de uma unha, ou de várias unhas ao mesmo tempo, é necessário também o tratamento via oral. A duração é, em média, de seis meses, podendo chegar a um ano, pois depende do crescimento das unhas, que é lento. A persistência é fundamental para o sucesso. O tratamento deve ser orientado por um dermatologista. Nunca se deve partir para a automedicação, pois ela pode mascarar os sintomas. Importante: não interromper o tratamento antes do tempo recomendado pelo dermatologista, mesmo achando que a unha melhorou, pois a infecção pode ainda estar presente. A desistência pode levar a uma “cura” incompleta. O tratamento da paroníquia pode requerer uma intervenção cirúrgica, por isso é muito importante evitar o contato com água, além de sempre usar luvas. As alterações nas unhas podem ser uma manifestação de uma doença sistêmica. Portanto, o correto é evitar terapias caseiras e indicações de profissionais não médicos para tratar qualquer lesão ungueal ou periungueal. O melhor é sempre procurar um médico dermatologista.
Prevenção? Lavar e secar cuidadosamente os pés todos os dias, com especial atenção para os intervalos entre os dedos; não compartilhar toalhas ou tapetes de banho; utilizar meias de algodão e calçado respirável (não sintético); mudar de meias diariamente; evitar o calçado apertado; usar chinelos em zonas de banhos públicos (piscinas e balneários); tratar o pé de atleta antes que a infecção avance para as unhas.
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