Filo Chordata (Cordados)
Características gerais dos Cordados
A característica principal deste filo é que durante a fase embrionária todos apresentam tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas faringianas e cauda pós-anal. E também são animais triblásticos, celomados, deuterostômios, metamerizados, com simetria bilateral e sistema digestório. Muitas das espécies possuem endo esqueleto, sistema circulatório fechado e coração ventral.
No início do desenvolvimento embrionário, o ectoderma da região dorsal se dobra e acaba formando um tubo nervoso dorsal, e é desse que se origina o sistema nervoso. Quando o são invertebrados o sistema nervoso é formado pelos cordões nervosos maciços que estão localizados na ventral do corpo.
A cauda pós-anal: os embriões cordados possuem um local no corpo que se prorroga além do ânus, que seria a cauda pós-anal. A função e o desenvolvimento dela muda nos animais mais adultos e elas também mudam de grupos para grupos. Ela pode servir para apoiar o corpo, para absorção de objetos, pode ser também para a natação e também como arma para ataque e defesa.
Notocorda: um bastão firme e flexível que se faz no dorso do embrião, acontece entre o tubo nervoso e o tubo digestório. A notocorda é a diferenciação do mesoderma e se estabelece de grandes células, que tem envolta delas uma banha de tecido conjuntivo. Ela é localizada embaixo do tubo nervoso e é o que sustenta o corpo do animal, ela acaba ajudando a definir o eixo longitudinal, mas na maioria dos cordados, a notocorda desaparece no final da vida embrionária.
Fendas faringianas: as fendas faringianas são desenvolvidas porque os embriões dos cordados desenvolvem uma serie de fendas. Nos cordados aquáticos, o tecido acaba revestindo as traves entre as fendas faringianas e se desenvolve e acaba causa as brânquias. E nos terrestres, as fendas faringianas acabam se fechando e desaparece com o desenvolvimento embrionário.
O filo Chordata é subdividido em três subfilos: Urochordata, os Cephalochordatas e os Craniata. Os dois primeiros filmes constituem o que chamamos de protocordados, eles não possuem crânio nem vértebras, animais invertebrados, e os Craniatas são vertebrados. Os representantes mais conhecidos dos cordados são os peixes, anfíbios, repteis, aves e mamíferos.
Subfilo Urochordata ou Tunicados
Em sua maioria são animais sésseis (que não tem pedúnculo ou outro suporte), suas espécies podem ser solitários ou formarem colônias, vivendo grudados ou em rochas submersas a algas de grande porte em grandes profundidades nos mares de todo o mundo, da região polar até as equatoriais.
Estrutura Corporal da fase adulta e da lava
A túnica é o revestimento do corpo, um envoltório espesso que possui duas aberturas: o sifão inalante, no qual a água do mar consegue penetrar o corpo do animal, e o sifão exalante, que possibilita a água retornar ao ambiente. À boca segue-se uma grande faringe em formato de cesto, perfurada por muitas fendas, a água do mar inalada atravessa essas fendas e se direciona para o átrio, uma câmara em torno da faringe, se comunica com o ambiente pelo sifão exalante. Na fase adulta, não se assemelham com os outros cortados, a única coisa semelhante é a presença de fendas faringianas. O tubo nervo e notocorda desaparecem. Na larva livre-natante apresentam as quatro características básicas do grupo: tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas faringianas e cauda pós-anal. A notocorda é restrita á cauda das larvas, durante a metamorfose, quando a larva se torna adulta, a cauda regride e a notocorda some.
Alimentação e trocas gasosas
Para a alimentação filtram plânctons do ambiente, que aderem a um muco produzido em um sulco da faringe, o endóstilo, e dirigem-se até o estômago e esôfago, onde começa a digestão extracelular, do estômago passa para o intestino onde os nutrientes são absorvidos. Os resíduos são eliminados pelo ânus, que abrem-se no sifão exalante. A água que circula continuamente pelos sifões traz gás oxigênio e leva gás carbônico e excreções. As traves que separam as fendas faringianas apresentam uma rede de vasos capilares funcionando como brânquias.
Sistema circulatório
É parcialmente aberto e o sangue penetra em grandes bolsas sanguíneas, denominadas sinusoides, onde acontecem as trocas gasosas. Os sinusoides corresponde a um tipo mais complexo de hemocela. Os urocordados têm um coração, do qual partem vasos que chega as fendas faringianas e aos órgãos corporais.
Sistema nervoso e sentidos
Durante a fase de larva existe o tubo nervoso, localizado dorsalmente, de onde partem nervos para diversos órgãos. Na fase adulta, esta estrutura reduz-se a um gânglio nervoso, de onde partem os nervos para as diversas partes do corpo. Os órgãos sensoriais restringem-se a receptores táteis situados ao redor da abertura dos sifões.
Reprodução
Todas as espécies de urocordados apresentam reprodução sexuada, sendo a maioria delas hermafrodita, mas também podemos encontrar espécies que realizam reprodução assexuada por brotamento, originando colônias. Durante a reprodução, os urocordados eliminam seus gametas na água, onde ocorrerá a fecundação. A partir do zigoto, desenvolve-se uma larva livre-natante que, depois de algum tempo nadando pelas águas, fixa-se a um substrato e começa a sua metamorfose, processo em que a cauda e notocorda são reabsorvidas, se modifica para a fase adulta.
Subfilo Cephalochordata ou Cefalocordados
Estrutura Corporal
Anfioxos (são os representantes desse subfilo)
Vivem semienterrados (somente com a boca exposta), nas praias de areia relativamente grossa, em posição vertical, com corpo achatado lateralmente e afiliado nas extremidades, tendo poucos centímetros de comprimento. Diferente dos demais ele não perde a notocorda na fase adulta, permanecendo com ela durante toda vida, essa estrutura vai desde a região anterior do corpo até a posterior, abaixo do tubo nervoso. Os cirros bucais, apresentados na foto acima, são filamentos que atuam como filtros que bloqueiam a entrada de partículas grande na boca. O seu revestimento corporal é relativamente transparente e permite então, visualizar a sua musculatura metamerizada, organizada em blocos chamados de miótomos em forma de <, dependendo da espécie podem ter de 50 a 85 miótomos.
Alimentação dos anfioxos
O batimento dos cílios das células que revestem os arcos branquiais fazem as partículas de alimento na água penetrarem na boca. A corrente de água passa pela faringe, atravessa as fendas branquiais até chegar no átrio, o H20 é eliminado pelo antriópito. Essas partículas de alimento na água se aderem ao muco produzido em um sulco no assoalho da faringe, o enfóstilo. O muco com as partículas alimentares é direcionado por células ciliadas ao intestino. A glândula chamada de ceco hepático secreta as enzimas digestivas na cavidade intestinal, onde ocorrerá a digestão extracelular, assim como os demais cordados.
Sistema circulatório e trocas gasosas dos anfioxos
O Sistema circulatório é fechado. A nutrição e a oxigenação das células são feitas por além dos sinusoides, os capilares sanguíneos junto aos tecidos. O fluxo sanguíneo é o mesmo dos vertebrados: o sangue (incolor e sem pigmentos respiratórios) flui por um vaso dorsal (aorta dorsal, localizada na região ventral) para a região posterior do corpo e então retorna à região anterior por um vaso pulsátil (localizado ao longo da região ventral) que contrai-se ritmicamente pulsando o sangue. O vaso ventral, localizados nos arcos branquiais, ramifica-se juntando-se na região dorsal e formando um grande vaso de cada lado do corpo, as aortas laterais que fundem em uma posição mais posterior para formar a aorta dorsal. Muitos vasos sanguíneos são capazes de pulsar ajudando na movimentação do sangue e também possuem arcos branquiais, como pequenos "corações" acessórios. As ramificações da artéria dorsal conduzem o sangue até os capilares e sinusoides nos tecidos, onde tem distribuição de 02 e de alimento para as células corporais e, também, o recolhimento de excreções e gás CO2 produzidos pelo metabolismo. Quando o sangue circula pela rede de capilares dos arcos branquiais, ocorre trocas gasosas com a água do mar que passa pelas fendas faringianas. O gás C02 no sangue difunde-se para a água, e o 02 na água difunde para o sangue.
Sistema excretor dos anfioxos
São constituídos por pares de nefrídios dispostos ao longo do seguimento corporal, localizados na faringe com sua extremidade filtradora ciliada (nefróstoma) abrindo-se para o celoma e a extremidade de seu canal excretor (nefridióporo) abrindo-se no átrio. Os nefrídios removem as excreções do celoma e as lançam no átrio, onde iram sair do corpo pelo atrióporo.
Sistema nervoso dos anfioxos
É um tubo nervoso dorsal, de ondem saem nervos para as regiões do corpo. Os nervos que partem da região superior possuem apenas fibras nervosas sensitivas, já os nervos da parte inferior as fibras nervosas motoras.
Reprodução
São dioicos, ou seja, órgãos sexuais masculinos e femininos são encontrados em indivíduos diferentes. Um dos braços do macho é modificado para um órgão sexual para introduzir os espermatozoides na fêmea. Esse órgão passa a ser chamado de hectocólito. O hectocólito introduz os espematozóides na cavidade do manto da fêmea perto da abertura do oviduto. Portanto, a fecundação dos cefalópodes é interna. O desenvolvimento é direto, ou seja, não tem estágio larval.
Peixes (Superclasse Pisces)
É um grupo informal que reúne craniados áquaticos que respiram por pranquiâs. Podem ser os peixes sem mandíbula (Agnatha), os peixes cartilaginosos (Chondrichthyes) e os peixes ósseos (Actinopterygii e Sarcopterygii).
Peixes sem mandíbula (Agnatos).
Os agnatos, ou ciclostomados, são vertebrados aquáticos e primitivos caracterizados pela ausência de mandíbula, o que os diferencia dos demais peixes, e pela presença de uma boca circular sugadora. Esse grupo é representado por:
lampreias
peixes-bruxa
Suas características gerais: Corpo longo, delgado e cilíndrico, com uma pele que apresenta numerosas glândulas mucosas e ausência de escamas. São ectotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo é variável; não possuem nadadeiras pares, e as ímpares (dorsal, caudal e anal) são pouco desenvolvidas; A notocorda permanece nos indivíduos adultos. Apresentam um esqueleto cartilaginoso. A boca é Antero ventral e circular. Não apresentam mandíbulas. As lampreias apresentam dentes córneos raspadores no funil bucal e na língua, o que permite perfurarem a pele de outros animais e se alimentarem sugando o sangue e outros tecidos moles. Os peixes-bruxa apresentam uma boca mordedora e reversível e alimentam-se de invertebrados, peixes doentes ou mortos que se encontram no fundo do mar. O intestino apresenta dobras que aumentam a superfície de contato com o alimento (válvula espiral) e termina no ânus; Coração com duas câmaras (átrio e ventrículo). Os peixes-bruxa apresentam ainda corações “acessórios” para aumentar o fluxo sanguíneo. As lampreias são animais aquáticos; cilíndricos; de cauda comprida; corpo liso, com escamas secretoras de muco e boca circular cheia de dentes córneos e com língua cartilaginosa, mas sem mandíbula. Possuem esqueleto cartilaginoso, coluna vertebral incompleta e encéfalo e crânio rudimentares; olhos bem desenvolvidos, narina e fendas branquiais. Podem atingir até um metro de comprimento e, devido à ausência de nadadeiras, utilizam a boca para se fixarem às rochas, quando as correntes são muito fortes. Muitos destes animais são ectoparasitas de peixes, alimentando-se do sangue e fluidos corporais destes até que, mais tarde, têm seus sistemas digestivos atrofiados e passam a se dedicar unicamente à reprodução.
Peixes Cartilaginosos (Clado Chondrichthyes)
Esses peixes se caracterizam por ter um esqueleto totalmente feito de cartilagem. Fazem parte do clado Chondrichthyes, que é subdividido em dois grupos:
Elasmobrânquios: Tem fendas branquiais não-protegidas por opérculo e corpo recoberto por escamas. É o maior grupo entre os condrictes, formado por cerca de 760 espécies, como as arraias e tubarões. Na sua epiderme afloram escamas semelhantes a pequenos dentes, que são chamadas de escamas placoides, da qual a base alargada fica sob a epiderme, ou seja, na derme. As escamas são feitas por um material orgânico calcificado, dentina, e nutridas por vasos sanguíneos que penetram na sua parte interior, a polpa, onde também tem terminações nervosas. Em cada escama placoide tem uma projeção na forma de espinho que é voltada para a parte de trás e é recoberta por um esmalte que é chamado de enameloide, que é um dos matérias mais duros do reino animal. As escamas placoides são feitas pela ação de células da derme e da epiderme. O esqueleto dos condrictes, cartilaginoso, é formado por crânio, que forma a caixa craniana e os suportes da mandíbula e dos arcos branquiais, de uma coluna vertebral que é formada por vértebras com um centro vertebral maciço e um arco neural onde está localizado a medula espinal e também por elementos de sustentação dos apêndices corporais e as nadadeiras. Os tubarões e cações possuem 2 nadadeiras dorsais e duas nadadeiras ventrais, uma no anterior do corpo, as peitorais, e outras no posterior, as pélvicas. E tem também a heterocerca, que é uma nadadeira caudal achatada lateralmente e assimétrica, com a parte de cima maior que a de baixo. Essas nadadeiras permitem que estes animais nadem com bastante rapidez.
Holocéfalos: são representados pelas quimeras. Estas, típicas de regiões oceânicas frias e profundas, possuem opérculo, quatro pares de fendas braquiais, cauda longa, olhos grandes e ausência de escamas. Alimentam-se de crustáceos, moluscos, equinodermos e pequenos invertebrados. Em geral, são ovíparas. A Hydrolagus matallanasi é uma espécie brasileira endêmica.
Escamas
Sistema Digestório
A boca é ventral com fileiras de dentes revestidos de esmalte (desenvolvidos de escamas placoides). Os dentes estão implantados na carne e não na mandíbula, sendo substituídos continuamente a partir da parte traseira da boca, à medida que são perdidos. A forma dos dentes revela os hábitos alimentares dos animais, dentes pontiagudos e serrilhados nos tubarões, que os usam para agarrar e cortar, e pequenos e em forma de ladrilho nas raias, que os usam para partir as carapaças e conchas dos moluscos e crustáceos de que se alimentam no fundo. O intestino apresenta válvula em espiral (para aumentar a área de absorção) e fígado, grande e muito rico em óleo o que confere grande flutuabilidade, chegando por vezes a compor 20% do peso do corpo. No entanto, em algumas espécies tal não é suficiente, pois se pararem de nadar afundam-se. O ânus abre para a cloaca.
Sistema Respiratório
As brânquias estão presas à parede de 5 a 7 pares de sacos branquiais, cada um com uma abertura individual em forma de fenda, abrindo á frente da barbatana peitoral nos tubarões ou na superfície ventral das raias. Nas quimeras apenas existe uma fenda branquial. As narinas não comunicam com a cavidade bucal mas com a faringe. Os sacos branquiais podem contrair-se para expelir a água ou, como acontece na maioria dos tubarões, o animal usa uma espécie de respiração a jacto, nadando ativamente com a boca e as fendas brânquiais abertas, mantendo um fluxo constante de água. Por esse motivo, é frequente os tubarões afogarem-se quando presos em redes de pesca perdidas. Geralmente existe um par de espiráculos atrás dos olhos, em ligação á faringe, que, nas espécies bentônicas, permitem a entrada de água sem detritos para as brânquias. Não existe bexiga natatória.
Sistema Circulatório
Sistema fechado, composto por artérias, veias e capilares sanguíneos ligados a um coração ventral, constituído por um seio venoso, um átrio, um ventrículo e um cone arterial. Semelhante ao ágnato.
Sistema Excretor
Rins mesonéfricos que excretam na principalmente ureia. Semelhante ao ágnato.
Sistema Nervoso
A visão é nítida, porém não enxergam colorido. As narinas não desempenham função respiratória, contudo o olfato aguçado é capaz de detectar, através de quimiorreceptores, pequenas frações de substâncias (uma gota de sangue) dissolvidas no oceano, a quilômetros de distância. Portador de orelha interna, sensível a vibrações causadas por perturbação na água. E a presença de linha lateral longitudinal ao corpo do animal, contendo células mecanorreceptoras (os neuromastos), possibilitando orientação quanto à posição e direção.
Sistema Reprodutor
Os tubarões e raias têm os sexos separados, gônadas tipicamente pares, em que os ductos abrem na cloaca e a fecundação é interna. Os clásperes, barbatanas ventrais modificadas, são introduzidos na cloaca da fêmea e o esperma escorre pelo canal formado pelas duas estruturas unidas. Podendo ser ovíparos (ovos são libertados envoltos em cápsulas semi-rigídas), vivíparos (jovens desenvolvem-se dentro de uma estrutura semelhante a uma placenta, o que lhes permite ser alimentados diretamente pelo corpo da mãe) ou ovovivíparos (retêm os ovos no interior da fêmea, nascendo filhotes completamente formados, cauda primeiro), produzem ovos são muito ricos em vitelo mas sem anexos embrionários. O desenvolvimento é direto, não existindo nunca estados larvares. Os filhotes nascem com os dentes funcionais e são capazes de caçar de imediato, embora, devido ao seu tamanho, sejam eles próprios potenciais presas.Os tubarões são perseguidos, por pura ignorância ou para a obtenção das suas barbatanas (para sopa e utilização em poções "afrodisíacas" asiáticas) ou mortos por acidente em redes de arrasto. Atualmente, grande número de espécies corre sério perigo de extinção. Com o aumento da população humana e a redução dos cardumes de peixes ósseos, os peixes cartilagíneos têm sido pescados em grande número. Todos os anos se matam cerca de 100 milhões de tubarões e afins, dos quais cerca de 6 milhões são tubarões azuis, mortos apenas pelas suas barbatanas. Sendo estes animais fundamentais ao correto "funcionamento" do ecossistema marinho, esta matança deve, em curo prazo, provocar desequilíbrios muito graves.
Clásperes
O saco de ovos de um tubarão esqualídeo,popularmente conhecido como "Bolsa de Sereia"
Peixes ósseos ( clado osteichthyes)
As espécies de peixes ósseos são encontrados em ambientes de água doce e marinhos ao redor do mundo. Eles vivem em todos os habitats aquáticos do planeta, desde lagos de altitude às cavernas inundadas, riachos de montanha a rios de planície, pântanos, lagoas temporárias, oceanos, regiões polares e fontes térmicas de desertos. Estes animais habitam todos os tipos de água, doce, salobra, salgada, quente ou fria. Eles atualmente são divididos em doi clados: actinopterigios, peixes com nadadeiras radiais, e sarcopterigios, peixes dotados de nadadeiras carnosas com sustentação óssea.
Esqueleto
As suas características principais são um corpo, mais alto que largo e de silhueta oval, e isso facilita a deslocação na água. A cabeça vai da ponta do focinho até abertura do opérculo, o tronco daí ao ânus, para trás do qual se tem a cauda. O corpo tem uma forte musculatura segmentar, os miomeros, separados por delicados septos conjuntivos. O esqueleto é formado por ossos verdadeiros, embora algumas espécies possam apresentar ossos cartilagíneos, com numerosas vértebras diferentes, mesmo que seja frequente a persistência de notocorda nos espaços intervertebrais. O esqueleto apresenta 3 partes principais: coluna vertebral, crânio e raios das barbatanas. Da coluna vertebral partem as costelas e a cintura peitoral (não existe cintura pélvica, ligando-se essas barbatanas por meio de tendões, sem ligação a coluna vertebral). Numerosos outros pequenos ossos sustentam os raios das barbatanas. O crânio é articulado com as maxilas e mandíbulas, as duas são bem desenvolvidas, e suportam os arcos branquiais. A articulação do crânio com a coluna vertebral é tão forte que os peixes não podem virar a cabeça. A cauda é geralmente homocerca. As escamas são finas, arredondadas e implantadas em fileiras longitudinais e diagonais, imbricadas como as telhas de um telhado. As extremidades livres das escamas estão cobertas por uma fina camada de pele que protege de parasitas e doenças. Em algumas espécies, essa camada de pele ajuda a manter a humidade quando o animal está fora da água. Ao contrário dos peixes cartilagíneos, e com à presença de bexiga natatória, os peixes ósseos não precisam das barbatanas para se manterem a flutuar, usando-as apenas para manobrar na água.
Sistema digestivo
Tem a boca grande em posição terminal, rodeada de maxilas e mandíbulas distintas, onde estão implantados dentes cônicos e finos. Existem outros dentes, localizados nos primeiros arcos branquiais, úteis para prender e triturar o alimento. Na boca existe ainda uma pequena língua, ligada ao chão da cavidade e que ajuda nos movimentos respiratórios.
Sistema respiratório
Bexiga natatória
Geralmente tem a bexiga natatória, um grande saco de paredes finas e irrigadas derivado da zona anterior do intestino, que ocupa a zona dorsal da cavidade do corpo. Esta cavidade está preenchida com gases (O2, N2, CO2), que estão atuando como um órgão hidrostático, ajustando o peso do corpo do peixe consoante a profundidade. O ajuste faz-se por secreção ou absorção dos gases para o sangue. A capacidade da bexiga natatória é superior nos peixes de água doce porque é menos densa que a salgada, não deixando sustentar o peixe com a mesma facilidade. A bexiga natatória pode ajudar na respiração (peixes pulmonados) ou como caixa de ressonância de órgãos dos sentidos ou produção de sons. A bexiga natatória é mais ou menos uma bolsa ovalada, de paredes moles, localizada na cavidade abdominal, que fica abaixo da coluna espinhal. Uma bexiga natatória pode fornecer flutuabilidade neutra perfeita a um peixe e ele pode desse modo evitar gasto de energia para não afundar. Uma desvantagem importante é que o peixe está em equilíbrio ou em flutuabilidade neutra apenas a uma profundidade específica. Se nadar abaixo dessa profundidade, a bexiga será comprimida pelo aumento da pressão na água, a flutuabilidade vai diminuir e o peixe vai precisara nadar ativamente para evitar que afunde mais. A origem embriológica da bexiga natatória é que ela é formada de uma evaginação do trato digestivo. Aqueles peixes que mantêm uma conexão entre a bexiga e o esôfago, são conhecidos como peixes fisóstomos. Esses peixes conseguem encher a bexiga respirando o ar na superfície. Para peixes que vivem a grandes profundidades isso seria impossível, porque um grande volume de ar teria que ser acumulado dentro da bexiga na superfície para atingir a flutuabilidade neutra em grandes profundidades, onde a pressão é muitas vezes maior. Apresentam brânquias em forma de pente, sustentadas por arcos branquiais ósseos ou cartilagíneos, que estão no interior de uma câmara comum de cada lado da faringe. Essa câmara está coberta por um opérculo, fino e de margens livres abaixo e atrás. Os arcos branquiais tem expansões que protegem os filamentos branquiais de partículas duras e dificultam a passagem de alimento pelas fendas branquiais. Nas brânquias existe um mecanismo de contracorrente entre a água e o sangue que as irriga, aumentando a eficiência das trocas gasosas.
Sistema circulatório
Tem um coração com duas cavidades (aurícula e ventrículo) por onde circula apenas sangue venoso. O sangue é pálido e escasso, quando comparado com um vertebrado terrestre. É formado por rins mesonéfricos.
Sistema nervoso e sentidos
Inclui um encéfalo distinto e órgãos dos sentidos desenvolvidos. Olhos grandes, laterais e sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão objetos próximos, mas que percebem facilmente movimentos distantes, incluindo acima da superfície da água. A retina tem cones e bastonetes, e isso permite visão a cores na maioria dos casos. Ouvidos com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio), permitem uma audição apurada. Muitos peixes comunicam entre si produzindo sons, seja esfregando partes do corpo entre si, seja com a bexiga natatória. Narinas localizadas na parte dorsal do focinho, comunicam com uma cavidade coberta de células sensíveis a moléculas dissolvidas na água. Linha lateral localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é formada por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas, onde se encontram mecanorreceptores. A vantagem deste sistema para detectar movimentos e vibrações por ele causadas na água permite a formação de cardumes, como estratégia de defesa destes animais.
Sistema reprodutivo
Os sexos são separados, apresentando cada indivíduo gônadas geralmente pares. A grande maioria é ovípara com fecundação externa, embora existam espécies com fecundação interna e hermafroditas. Algumas espécies passam por mudanças de sexo, com machos que passam a fêmeas aumentando de tamanho e as fêmeas que se tornam dominantes nos cardumes, ao passarem a machos. Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários mas com quantidade de vitelo muito variável. As espécies de mar alto produzem enormes quantidades de ovos, pois a maioria não sobrevive, que passam a fazer parte do plâncton, enquanto espécies costeiras os colocam entre detritos e folhas ou no fundo. Algumas espécies cuidam dos ovos e/ou dos juvenis, guardando os ninhos e mantendo-os oxigenados com jorros de água. Outros incubam os ovos na boca ou permitem que os jovens lá se recolham quando ameaçados. Os peixes ósseos são os únicos que formam cardumes, por vezes com dezenas de milhar de indivíduos. Nos cardumes os peixes se deslocam sincronizadamente, como se fossem um só. Cada peixe segue paralelamente ao seu vizinho, a uma distância de cerce de um comprimento do corpo e mantém a sua posição devido à ação da visão, audição e linha lateral. A cor prateada da maioria dos peixes que fazem cardumes é fundamental porque ajuda a detectar os movimentos uns dos outros (uma pequena mudança de direção produz uma grande diferença a nível da luz refletida). Em um cardume os peixes estão mais seguros porque tem mais sentidos atentos a um potencial predador e acaba se tornando mais difícil escolher a presa no meio de tantos corpos em movimento. A vida em grupo também ajuda a encontrar alimento e parceiros sexuais.
Anfíbios (clado Amphibia)
Características gerais:
São em maioria tetrápodes, ou seja, possuem a fase larval aquática, com respiração branquial, e a fase adulta adaptada para ambiente terrestre.
A maioria dos anfíbios possui 4 membros pentadáctilos para locomoção em terra (os gimnofionos como a Caecilia, são ápodos, por involução das patas, como uma adaptação aos seus hábitos de vida em buracos no solo);
Pele úmida e lisa, glandulífera e sem escamas externas, apta para a respiração cutânea (que nos anfíbios torna-se mais importante que a respiração pulmonar);
Dentes pequenos e esqueleto em grande parte ossificado;
São pecilotérmicos (animais de sangue frio);
Coração com 3 cavidades: duas aurículas ou átrios e um ventrículo. O sangue arterial, que entra na aurícula esquerda, e o sangue venoso, que chega a aurícula direita, vão se juntar ao nível do ventrículo único. Por isso a circulação destes animais é dita fechada, dupla, porém incompleta;
Presença de entalhe ótico, resultado do desaparecimento do opérculo que nos peixes protege as brânquias.
Muitos tem pele colorida para se camuflarem, atrativo sexual ou coloração alerta.
Algumas espécies secretam veneno na pele.
Classificação
Ordem Anura: as rãs, sapos e pererecas, desprovidos de cauda.
Ordem Caudata: as salamandras, corpo alongado, com 4 pernas e cauda longa.
Ordem Gymnophiona: as cobras-cegas, corpo cilíndrico, alongado e sem membros.
Sistema Esquelético
É dividido entre: esqueleto axial (crânio e coluna vertebral), esqueleto apendicular (ossos dos membros e ossos que ligam os membros à coluna vertebral). Os últimos fazem parte da cintura escapular (articula os membros anteriores) e a cintura pélvica (articula os membros posteriores à coluna vertebral).
Sistema Digestório
Anuros e Salamandras: são carnívoros;
Girinos: alimentam-se de algas e restos mortos de organismos;
Cobras-cegas: alimentam-se de minhocas e insetos.
A digestão dos anfíbios é processada no estômago e no intestino. Embora possam ter duas fileiras de dentes, os anfíbios não mastigam suas presas. A língua bem desenvolvida é usada na captura de insetos, que é envolto em um muco que o lubrifica, facilitando sua passagem no tubo digestivo.
Sistema Respiratório
A respiração na fase adulta ocorre por três estruturas: os pulmões (Formados por dois sacos, sem divisão interna), a pele e na mucosa da boca e da faringe. As narinas abrem-se na cavidade da boca. Enquanto na fase larval, aquática, respiram por meio de brânquias.
Sistema Circulatório
O sistema circulatório dos anfíbios é fechado e a circulação é dupla e incompleta, porque no coração há mistura parcial de sangue. Há mistura parcial porque as duas aurículas não se contraem ao mesmo tempo. O sangue venoso é o primeiro a ser bombeado. Comecemos com o trajeto do sangue venoso vindo dos diferentes órgãos do anfíbio. Este segue para a aurícula direita e é impulsionado pelo único ventrículo para o cone arterial que tem uma prega helicoidal que o encaminha para uma artéria pulmonar e depois para os pulmões. Depois, o sangue oxigenado, vindo dos pulmões, chega à aurícula esquerda pelas veias pulmonares e é impulsionado pelo ventrículo para os diferentes órgãos através da aorta.
Sistema excretor
A excreção dos anfíbios ocorre através dos rins que são ligados a ureteres e a bexiga ligada a cloaca. O material excretado se diferencia a depender da fase da vida do animal: quando girinos excretam amônia, já quando adultos excretam ureia em água.
Reprodução
Os anfíbios podem se reproduzir de diversos modos. De maneira geral costumam se reproduzir sexualmente com fecundação externa e desenvolvimento indireto. Os ovos dos anfíbios não são protegidos contra o ressecamento e por isso costumeiramente estão em locais mais úmidos. Além disso, as larvas dos anfíbios são exclusivamente aquáticas. Por esses motivos os anfíbios necessitam do ambiente aquático para se reproduzir. A maneira mais comum de se reproduzirem é quando as fêmeas liberam seus óvulos no ambiente e os machos depositam sobre os óvulos os espermatozoides para que ocorra a fecundação externa. Como necessariamente os ovos precisam estar úmidos, esse processo costuma ocorrer na água. Desses ovos, nascem girinos que viverão na água até que se complete a metamorfose na qual adquirem as características do indivíduo adulto e passam a estar aptos a viver em ambiente terrestre.
Metamorfose
A metamorfose é o processo que transforma o girino em um indivíduo adulto. Durante esse processo, que inclusive é bastante lento, o animal perde as brânquias e passa a ter os pulmões desenvolvidos. Além disso outra mudança importante é o surgimento de pés no animal.
Répteis (Clado Reptilia)
Características Gerais
O termo réptil vem do latim reptilis e significa “que se arrasta”. E nesse grupo estão presentes as serpentes, tartarugas, jacarés, crocodilos, jabutis e lagartos.
Tem pulmões eficientes nas trocas gasosas com o ambiente e também um corpo recoberto por uma grossa e cheia de escamas camada impermeável, constituída de de queratina, evitando a perda de água e a fácil adaptação ao meio terrestre.
São animais ectotérmicos. Ficam expostos ao sol o máximo de tempo possível para atingir a temperatura necessária para o bom funcionamento do corpo e quando fica muito quente, se refugiam em lagos, rios ou locais sombreados.
A novidade evolutiva que permitiu a dominação efetiva da terra firme são o denominado ovo amniótico, protegido por uma casca membranosa ou calcária e o embrião dentro dele desenvolve estruturas extraembrionárias (saco vitélico, Âmnio e alantoide), permitindo sua independência a água.
Âmnio: Bolsa contendo líquido amniótico que envolve o embrião e o protege da desidratação. Também confere proteção mecânica para o embrião, amortecendo choques e quedas. Devido a esse ambiente aquoso, que garante independência do ambiente aquático para o desenvolvimento, o ovo é chamado de ovo amniótico;
Saco Vitelínico: bolsa contendo vitelo, substância nutritiva que alimenta o embrião;
Alantóide: Bolsa que armazena as excretas do embrião que serão descartadas posteriormente;
Cório: Membrana que envolve todos os demais anexos e o próprio embrião, conferindo proteção e promovendo as trocas gasosas, garantindo a respiração do embrião.
Os ovos de serpentes, tartarugas e da maioria dos lagartos são protegidos por uma casca flexível. Já os ovos de cágados, crocodilos e alguns lagartos apresentam casca rígida. Eles contêm água e alimentos suficientes para todo o desenvolvimento embrionário.
Classificação
Ordem Squamata: as serpentes, lagartos e anfisbenas.
Ordem Chelonia: as tartarugas (marinhas e de água doce), os cágados (água doce) e os jabutis (vivem em terra)
Ordem Crocodilia: os crocodilos e jacarés, vivem apenas em regiões quentes, rios e lagos de água doce ou, em alguns casos o mar.
Ordem Rhynchocephalia: as Tuataras.
Sistema Esquelético e Revestimento Corporal
A pele é dividida entre duas camadas em: epiderme e derme.
Epiderme, na qual é espessa e altamente queratinizada, isto é, camada bem espessa de células mortas devido á quantidade de queratina, proteína fibrosa impermeável e resistente. A queratinizarão facilita a adaptação em ambientes de terra firme. Essa camada epidérmica forma:
(Escama epidérmica presente nas cobras e lagartos. Esses répteis trocam de escama)
(Placa córnea presente nos crocodilos e jacarés)
(Placas ósseas/carapaças nas tartarugas)
O nome répteis deriva do modo de locomoção: as quatro patas (ausentes nas cobras) situam-se no mesmo plano do corpo, determinando o rastejamento do ventre no solo (do latim reptare = rastejar). Para a realização desses movimentos, apresentam músculos bem desenvolvidos. O esqueleto dos répteis é totalmente ósseo. A Terra já conheceu formas gigantescas desses animais, como os dinossauros, que povoaram e dominaram nosso planeta durante anos, como indiscutível superioridade.
Sistema Digestório
Se assemelha de forma geral com os dos anfíbios. A maioria deles são carnívoros, com exceção de algumas espécies de cágado, tartaruga e lagarto que são herbívoras.
Sistema Respiratório
Seus pulmões são mais desenvolvidos que os anfíbios. A presença de músculos ao redor das costelas permite a maioria expandir e contrair a caixa torácica, facilitando a ventilação pulmonar. Algumas serpentes apresentam apenas um pulmão.
Sistema Circulatório
Possuem circulação fechada, com sangue circulando apenas dentro de vasos e artérias, dupla, com o sangue percorrendo dois circuitos (um circuito pulmonar e outro circuito sistêmico, que percorre todo o corpo do réptil) e incompleta, com sangue venoso (rico em CO2) se misturando com o sangue arterial (rico em O2). A principal diferença em relação à circulação sanguínea dentro da classe dos répteis é quanto ao coração: o coração de répteis não crocodilianos apresenta dois átrios e apenas um ventrículo, dessa forma, o sangue venoso e o sangue arterial se misturam no ventrículo único. Já nos crocodilianos, o coração apresenta dois átrios e dois ventrículos bem separados, ainda assim, o sangue venoso se mistura com o sangue arterial. Possuem cérebro alongado e a medula espinhal se estende até a cauda, com nervos motores e sensoriais periféricos. O sistema sensorial dos répteis é bem desenvolvido, possuindo olfato e audição apurados, embora a visão seja limitada. Os olhos possuem adaptações para os ambientes aquático e terrestre. Para protegê-los quando submersos, os répteis têm pálpebras e membrana nictitante. Para o ambiente terrestre, possuem glândulas lacrimais que secretam lágrimas constantemente, a fim de hidratar os olhos. Alguns répteis, como as serpentes, por exemplo, possuem, além desses órgãos sensoriais, fosseta loreal, um orifício localizado entre o olho e a narina que possui função de termo recepção, conseguindo diferenciar as temperaturas dos objetos e organismos ao seu redor - sendo, por isso, uma importante ferramenta de caça e de identificação de presas ou predadores.
Sistema Excretor
As excretas são filtradas nos rins. Os répteis excretam ácido úrico, substância pastosa que contém pouca água, pela cloaca. A excreção de ácido úrico permite maior economia de água pelo animal.
Reprodução
Os répteis são animais dióicos, possuindo sexos separados e únicos por indivíduo (macho e fêmea). A fecundação é interna: o macho introduz seu órgão copulador (pênis) na cavidade reprodutiva (cloaca) da fêmea, processo chamado de cópula, e libera seus gametas (espermatozóides), que podem fecundar o gameta feminino (óvulo). A fecundação interna permite independência do ambiente aquático para a reprodução, uma característica fundamental para a conquista do ambiente terrestre pelos répteis. Após a fecundação, o zigoto formado passa a se desenvolver no interior de um ovo muito bem delimitado por uma casca calcária impermeável, o que evita o ressecamento e a desidratação do embrião, outra característica que torna os répteis independentes do ambiente aquático. O desenvolvimento embrionário é direto (sem fase larval) e, geralmente, o ovo é depositado no ambiente externo para ser eclodido, fazendo dos répteis organismos ovíparos. O ovo dos répteis é uma importante adaptação evolutiva que conferiu a esta classe a ampla distribuição pelo ambiente terrestre. Além da casca espessa, o ovo dos répteis conta com anexos embrionários, que irão auxiliar no desenvolvimento do embrião. São, ao todo, quatro anexos embrionários: Âmnio, Saco Vitelínico, Alantóide e Cório.
Aves (Clado Aves)
Características Gerais:
Mais de 9 mil espécies
Corpo aerodinâmico, diminui a resistência do ar durantes os voos.
Cobertas por penas, atuam como isolante térmico, contribuindo para a manutenção da temperatura corporal.
Classificação
Paleognathae: as avestruxes africanas, as emas sul-americanas, os emus e os casuares da Austrália e Nova Guiné e os moas e os quivis da Nova Zelândia. Não voam e tem características primitivas.
Neognathae: são as Anseriformes( Andorinhões, beija-flores, etc.); Apodiformes (patos, marrecos, ganso, etc.); Ciconiiformes (garças, socós, jaburus, etc.); Columbiformes (pombas, juritis, etc.), Galiiformes (galinhas domésticas, jacus, etc.); Passeriformes (joões-de-barro, tangarás, etc.); Piciformes (tucanos, pica-paus, etc.); Sphenisciformes (pinguins); Strigiformes (corujas, etc.); Tinamiformes (macucos, inambus, etc.). Possuem quilha ou carena, estrutura que se prendem os músculos peitorais.
Revestimento Corporal, esqueleto e voo
As penas são formadas no interior dos folículos. A lubrificação é feita pelas secreções gordurosas da Glândula Uropigiana, é importante para manter a impermeabilidade do corpo. Essas penas são importantes para: proteger contra choques mecânicos, impermeabilidade da pele, auxilio na manutenção da temperatura corporal e possibilitam o voo. Estrutura da pena:
O Raque é de onde partem os filamentos denominados barbas, que são suportes de filamentos ainda mais finos, as bárbulas. Estas se prendem umas ás outras por meio de pequenos ganchos, formando uma superfície continua que protege o corpo e nas asas da sustentação ao voo. As aves carenadas tem na parte anterior da caixa torácica, uma estrutura óssea chamada carena, ou quilha, adaptada á ancoragem da forte musculatura peitoral, importante para o voo. O peso mais leve devido a falta de dentes e ossos mais porosos e menos densos facilitam o voo. Algumas espécies não voam, mas possuem outros atributos como: Emas e Avestruzes correrem velozmente e os pinguins nadarem.
Sistema Digestório
Ingerem seu alimento através do bico córneo, sendo que o bico e o sistema digestório variam conforme a sua dieta alimentar. Nas aves carnívoras, o papo é pouco desenvolvido ou ausente, e a moela é pouco musculosa. O sistema digestório da maioria das aves é constituído por esôfago, papo, pro ventrículo, moela, intestino e cloaca. O esôfago desses animais possui uma região dilatada chamada de papo. É no papo que o alimento ingerido pelo animal será armazenado e amolecido. O estômago das aves é dividido em pro ventrículo e moela. Após serem amolecidos no papo, os alimentos vão para o pro ventrículo, também chamado de estômago químico. No pro ventrículo, o alimento é misturado a enzimas digestivas e encaminhado para o estômago mecânico, muito conhecido como moela. A moela é um órgão (com paredes grossas constituídas por músculos) especializado em triturar os alimentos consumidos pelas aves. Algumas espécies de aves herbívoras ingerem pequenas pedrinhas para que elas auxiliem na trituração dos alimentos pela moela. As pedrinhas ingeridas pelo animal são equivalentes aos dentes que eles perderam ao longo da evolução. O intestino delgado das aves se assemelha ao dos mamíferos, sendo que nas aves herbívoras o intestino é bem mais longo do que nas aves carnívoras. O intestino grosso desses animais é curto e termina na cloaca, local onde também são lançados os ductos do sistema reprodutor e excretor. As aves são animais que possuem glândulas salivares (com número e localização variáveis), pâncreas e fígado. Tanto o pâncreas quanto o fígado lançam suas secreções no duodeno do animal através de ductos.
Sistema Respiratório
No interior dos pulmões das aves há inúmeras ramificações, sendo que os brônquios se dividem em parabrônquios ou parabronquíolos, que também se ramificam nos capilares aéreos, que podem ser comparados aos alvéolos nos mamíferos. As trocas gasosas ocorrem entre os capilares aéreos e os capilares sanguíneos que se encontram no interior dos pulmões. Dos pulmões das aves estendem-se bolsas que chamamos de sacos aéreos, e que se localizam na região anterior e posterior do corpo do animal, penetrando também em alguns ossos. Os sacos aéreos servem de reservatório de ar, possibilitando à ave um fluxo contínuo de ar rico em oxigênio; além de diminuir o peso do animal, o que facilita seu voo. Outra utilidade dos sacos aéreos é funcionar como um meio de refrigeração para as aves, pois como o gasto de energia durante o voo é muito alto, esses animais acabam liberando grande quantidade de calor. Esse excesso de calor liberado é absorvido pelo ar frio que está dentro dos sacos aéreos, e eliminado na forma de ar quente.
Sistema Circulatório
Possuem sistema circulatório fechado, o sangue circula somente no interior de vasos; sistema de circulação dupla, o sangue das aves passa duas vezes pelo coração; e sistema circulatório completo, o sangue arterial não se mistura com o sangue venoso. O coração das aves apresenta quatro câmaras (dois átrios e dois ventrículos) que se encontram totalmente separadas. O sangue venoso (rico em C02) proveniente do corpo do animal é levado até o átrio direito através de veias; enquanto que o sangue arterial (rico em oxigênio), proveniente dos pulmões, chega ao átrio esquerdo. Através de sístoles simultâneas, o sangue dos dois átrios é impulsionado para os respectivos ventrículos (átrio direito para o ventrículo direito; e átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo). De cada ventrículo, o sangue é impulsionado para as artérias. A artéria que se liga ao ventrículo direito é a artéria pulmonar e é por ela que o sangue venoso chega até os pulmões, sendo que a artéria que está ligada ao ventrículo esquerdo é a artéria aorta, que leva sangue arterial para todos os órgãos e tecidos do corpo do animal.
Sistema Excretor
As aves não têm bexiga. Os rins se comunicam diretamente com a cloaca por dois canais. A urina é esbranquiçada, meio pastosa e eliminada junto com as fezes.
Reprodução
As aves são animais dioicos (sexos separados) e ovíparos (que se reproduzem através de ovos), com desenvolvimento direto e fecundação interna. A maioria das aves possui dimorfismo sexual, ou seja, macho e fêmea são muito diferentes, sendo que geralmente os machos possuem penas bem coloridas e chamativas, enquanto que as fêmeas possuem penas mais discretas. Na época da reprodução, o macho corteja a fêmea e logo depois ocorre o acasalamento. A transferência de espermatozoides do macho para a fêmea se dá pela justaposição da abertura das cloacas de ambos. Os machos apresentam dois testículos dos quais saem os canais deferentes que terminam na cloaca, enquanto que as fêmeas apresentam o oviduto e o ovário direito atrofiados. Na época da reprodução, o ovário e o oviduto do lado esquerdo aumentam de tamanho. O oviduto das fêmeas é dividido em:
Infundíbulo: há a formação da gema; e caso haja cópula, é onde se encontram os espermatozoides, ocorrendo a fecundação.
Magno: também pode ser chamado de glândula albuminífera e é nessa estrutura que ocorre a produção do albúmen do ovo.
Istmo: nele que ocorre a formação das membranas da casca do ovo.
Útero: também chamado de glândula da casca, é o local onde acontece a deposição de proteínas, cutícula, pigmentos e carbonato de cálcio para a formação da casca do ovo.
Vagina: serve de passagem do ovo até a cloaca, e é lá que ocorre a deposição de uma camada protetora de muco sobre a casca.
Na cloaca, o ovo é eliminado do corpo da fêmea. Após a postura do ovo, ocorre o período de incubação, no qual os ovos serão chocados pelas fêmeas. A maior parte das aves choca os ovos, pois dessa forma eles se mantêm aquecidos, permitindo o desenvolvimento do embrião.
Mamíferos (Clado Mammalia)
Características Gerais
A classe mamária (do latim mamma = glândulas, e feros = portador) é o grupo mais evoluído dos cordados.
Corpo totalmente ou parcialmente coberto por pelos que são constituídos por queratina e formados no interior dos folículos pilosos.
Os pelos tem a função de proteção e isolante térmico. Mas, para baleias e golfinhos que não apresentam pelos (interfere na velocidade da natação) tem uma camada de gordura muito grossa impedindo que eles percam calor para o ambiente.
Divididos em terrestres e aquáticos, são os maiores animais, mas perdem para aves e répteis na diversidade dos tetrápodes.
São endotérmicos (mantêm sua temperatura corporal estável, independentemente das alterações ambientais).
Possuem dentes diferentes dos de mais: incisivos (para morder, cortar ou raspar), caninos (para agarrar e rasgar), pré-molares e molares (para esmagar e triturar o alimento).
Alimentação:
Carnívoros: Possuem dentes caninos bem desenvolvidos e sua dieta se baseia no consumo de proteína e lipídios. Exemplos: raposa, cães, onças e leões.
Herbívoros: Possuem dentes caninos rudimentares ou ausentes e os molares bem desenvolvidos. Alimentam-se de vegetais e apresentam adaptações para a digestão de celulose. Exemplos: hipopótamo, girafa, boi, canguru e zebra.
Onívoros: Apresentam a dieta mais diversificada, alimentando-se de fontes animais e vegetais. Exemplos: urso, primatas e porcos.
Tem a presença de um músculo que divide o tórax e abdome chamado de diafragma, que é essencial para a ventilação dos pulmões.
Sistema respiratório
Todos os mamíferos respiram por meio de pulmões, isto é, o ar entra pelas vias respiratórias até os pulmões, que absorvem o oxigênio. As trocas gasosas entre o ar inspirado e o sangue ocorrem nos alvéolos pulmonares que possuem grande quantidade de capilares sanguíneos (hematose). Os movimentos respiratórios de inspiração e expiração são realizados pela musculatura intercostal e pela ação do diafragma, importante músculo estriado que separa o tórax do abdômen. Para obter energia para manutenção da temperatura depende da captação e transporte de oxigênio, assim como dos nutrientes, pelo sangue.
Sistema digestório
É formado por um longo tubo que vai da boca ao ânus. Vários órgãos e glândulas produzem sucos digestivos que vão "quebrando" as substâncias nutritivas dos alimentos (proteínas, gorduras, açucares) até que fiquem em "pedaços" tão pequenos que o intestino consiga absorvê-los. Os restos que não são digeridos ou aproveitados são eliminados pelo ânus sob a forma de fezes.
Embriologia
São triblásticos, deuterostômios e celomados e apresentam notocorda, tubo nervoso dorsal, fendas na faringe e cauda pós-anal. A simetria do corpo é bilateral.
Sistema nervoso
É o mais complexo entre os vertebrados. O sistema nervoso central é constituído por cérebro e medula espinhal. O cérebro é bastante desenvolvido, com dois hemisférios. Possui muitas dobras que aumentam a superfície do órgão e o número de células nervosas. O encéfalo dos mamíferos é o mais desenvolvido dos animais. Na camada mais superficial do cérebro é onde se localiza a maioria dos corpos celulares dos neurônios e é onde ocorre o processamento das informações que são captadas pelos órgãos sensoriais.
Reprodução
Se reproduzem por acasalamento e a gestação varia de uma espécie para outra. A fecundação é interna e após o nascimento, os filhotes já são bem desenvolvidos e já conseguem se locomover como os cavalos e camelos, recebem o leite materno que sai das glândulas mamárias das mães.
Metatheria (marsupiais)
Conhecidos como os cangurus da Austrália e os gambás e cuícas da América do Sul. Marsupial vem do termo marsúpio, que significa uma bolsa de pele que as fêmeas desses animais têm em seu ventre, utilizada para carregar seus filhotes e onde as glândulas mamárias são encontradas. Pertencem a sete Ordens e entre as mais conhecidas são: Didelphimorphia, Paucituberculata, Dasyuromorphia e Diprotodontia. Iniciam o desenvolvimento embrionário dentro do útero materno, por isso são vivíparos. Entre 12 a 14 dias nos gambás e entre 38 a 40 dias nos grandes cangurus, os filhotes nascem imaturos. Eles se agarram no pelo da mãe e vão para o marsúpio, que no interior se localizam as glândulas mamárias. Ficam alojados até completarem todo o seu desenvolvimento. Os cangurus vão desde os desertos encontrados na Oceania até os ambientes úmidos das Américas, não é possível determinar um único hábito para todos os animais. São encontrados marsupiais de hábitos diurnos e noturnos. Eles podem ser escavadores, escaladores, nadadores e até planadores.
Eutheria (placentários)
Representam a grande maioria dos mamíferos (cachorro, baleia, coelho, Homem, golfinhos, cavalos e outros). Os mamíferos são vivíparos (desenvolvimento embrionário ocorre dentro do corpo materno) com placentas bem desenvolvidas, o que garante o completo desenvolvimento do novo indivíduo, dentro do organismo. A placenta é um órgão formado por tecidos embrionários e maternos e é por onde o embrião recebe os nutrientes e gás carbônico.
Prototheria (monotremados)
Seus representantes são o ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) e as équidnas (Tachyglossus aculeatus, Zaglossus attenboroughi, Zaglossus bartoni e Zaglossus bruijnii) presentes na região australiana. Apesar de serem mamíferos e terem o coração com quatro cavidades, possuem muitas diferenças. No caso dos ornitorrincos, os ovos são incubados em ninhos, já as équidnas ficam no ventre da mãe. Quando os filhotes nascem, mamam numa parte específica chamada auréola e recebem cuidado parental por cerca de cinco anos. São os únicos mamíferos ovíparos (são aqueles cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo em ambiente externo sem ligação com o corpo da mãe) e seus ovos são semelhantes aos dos répteis.
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